Estudantes pintam os rostos em solidariedade aos índios Guarani-Kaiowá.
Estudantes universitários de Natal pintaram os rostos em solidariedade
aos índios Guarani-Kaiowá, do Mato Grosso do Sul, que lutam pela
demarcação de terras. O grupo se reuniu na Praça Cívica, no final da
tarde desta sexta-feira (9). Uma índia do Equador também participou do
protesto. Ao G1, ela falou sobre a importância da terra para o povo
indígena.
Índia equatoriana Magnalena
“Nós somos parte da terra. Quando nos fixamos em um lugar, a terra
passa a ser nosso espaço. Temos carinho, amor e dependência. Não podem
quebrar essa ligação. É uma necessidade eterna. Precisamos respaldar o
setor indígena não só no Brasil, mas em todo a América Latina”, disse
Magnalena, da tribo La Calera. A índia está em Natal participando do
Congresso Internacional de Economia Solidária.
O protesto acontece em várias partes do país em solidariedade aos
Guarani-Kaiowá. Os índios ocuparam a fazenda Cambará em novembro do ano
passado, três meses depois de terem o acampamento onde moravam destruído
em um ataque no dia 23 de agosto de 2011. Agora, eles lutam na Justiça
para permanecer no local. A comunidade anunciou "morte coletiva" caso
tivessem que deixar o local, que pertence a um fazendeiro.
Estudantes se pintaram e colocaram adereços.
Bandeira representa os índios da América LatinaConforme o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o termo não indica
suicídio coletivo, mas que os Guarani-Kaiowá vão resistir à desocupação
até a morte se for preciso.
“É preciso respeitar o lugar deles. A comunidade permanece lá por força
de uma liminar, mas a decisão pode cair a qualquer momento. E a Justiça
Federal pode retirá-los de lá. É uma extrema falta de respeito. Estamos
solidários a eles”, enfatizou Rodrigo Menezes, estudante de História da
UFRN.
Na Praça Cívica, o pequeno grupo de estudantes de Natal esperava a
chegada de mais participantes para apresentar a dança típica da
comunidade indígena e fazer a leitura da carta elaborada pelos
Guarani-Kaiowá. “Este protesto não vai parar aqui. Estamos lutando por
uma causa de Mato Grosso do Sul, mas vamos aproveitar para lutar pelos
povos indígenas do nosso estado. Por isso é importante a adesão dos
potiguares”, afirmou uma manifestante.